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Aperto de O&D nos Estados Unidos impulsiona preços globais do óleo de soja

Mesmo com a entrada da nova safra na América do Sul, os preços do óleo no Brasil e na Argentina seguem sustentados

Nas últimas semanas, os preços futuros do óleo de soja na bolsa de Chicago ganharam muita sustentação, estendendo as cotações para as máximas históricas de mais 13 anos. Mesmo que o mês de abril tenha sido marcado pelo início do período de entrada de maiores volumes da safra de soja na América do Sul, e consequente aumento do esmagamento e oferta de óleo na região, os preços do derivado pouco sinalizaram uma retração e se mantiveram firmes nas principais praças físicas e nos futuros.

O contrato do óleo de soja na CBOT com vencimento em maio, encerrou o mês de abril com uma valorização mensal de quase 30%, balizando os preços no físico. No entanto, apesar da forte valorização no período, os fundamentos do mercado pouco se alteraram ao longo das últimas semanas, e seguem puxados principalmente por um fator que já vinha no radar: o aperto da oferta dos Estados Unidos e a forte demanda, principalmente para o setor de combustíveis.

Preço do óleo de soja (US$/tonelada)

Fonte: Bloomberg. Elaboração StoneX.

Como sinalizou o USDA em seu último relatório trimestral de posição de estoques de soja nos EUA, no início de março havia 42,57 milhões de toneladas disponíveis da oleaginosa internamente, isto é 30% a menos que no mesmo período de 2020. Este aperto da disponibilidade interna da oleaginosa deverá ser aliviado apenas em setembro, com início da colheita da próxima safra. Cenário que deverá pressionar o esmagamento no país pelos próximos meses. Ao final de março, período que marca o pico do processamento de soja nos EUA, os estoques do óleo já marcavam uma redução anual de 6,7%, totalizando 803,3 mil toneladas. Sazonalmente, a partir de abril, o esmagamento e a disponibilidade de óleo diminuem nos EUA, voltando a crescer em outubro.

Estoque de óleo de soja nos Estados Unidos (mil toneladas)

Fonte: NOPA

O encurtamento que se observa na oferta da oleaginosa nos EUA é, principalmente, reflexo do forte volume das exportações do grão desde o início da colheita, com o USDA estimando um volume total de 62,05 milhões de toneladas de soja americanas embarcadas para safra 2020/21, 35% a mais que na safra anterior.

E, no que tange à disponibilidade do óleo de soja, além da restrição da oferta da própria soja, outro fator limitante é o baixo incentivo ao esmagamento, traduzido por margens menores que a média histórica nos últimos meses, mesmo com o salto das cotações do óleo. O preço do farelo, que possui cerca de 77% de participação na formação da margem, não está acompanhando a alta dos preços do óleo e da soja, pressionando as margens, ante à, também expressiva valorização da oleaginosa. Entre janeiro e o final de abril, a margem de esmagamento média do 1º contrato da CBOT foi cerca de US$29/tonelada, contra a média de US$40/tonelada no mesmo período dos últimos 3 anos. A crescente relevância do óleo na formação das margens de esmagamento fica explícita ao observar o Oil Share no final de abril, que girava em torno de 45%, mesmo com o óleo sendo apenas cerca de 19% do resultado do esmagamento.

Margem de Esmagamento e Oil Share, referência 1º contrato CBOT

Fonte: Bloomberg

Do lado da demanda pelo óleo de soja, outro fator que tem consumido os estoques americanos, é o aumento da demanda por matérias primas para biodiesel. O óleo de soja tem uma participação de 55% na fabricação do biocombustível. Naturalmente, com o relaxamento das medidas de contingência da pandemia nos EUA, e reabertura dos comércios, a demanda por combustível está em ascensão, e deverá se fortalecer principalmente entre junho e agosto, com a chegada do verão. Além disso, o estímulo à produção e consumo de combustíveis renováveis, proposto pelo presidente Joe Biden, também aquece os preços do óleo de soja.

Neste sentindo, a perspectiva é de que a dinâmica apertada do mercado americano deverá sustentar os preços do óleo de soja na bolsa de Chicago pelos próximos meses, até a entrada da nova safra americana, apesar do aumento atual da oferta da América do Sul. Para o Brasil e Argentina, os preços físicos deverão seguir sustentados pelos futuros fortalecidos, no entanto, é de se esperar um basis mais debilitado, pelo menos durante o segundo trimestre, quando ainda poderá haver superávit de soja e seus derivados.

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