No final de maio, a Organização Internacional do Cacau (ICCO) divulgou uma revisão de suas estimativas para o balanço da temporada 2017/18 (out-set). Dentro do que o mercado esperava, e portanto sem efeito altista nos preços, a entidade reduziu sua projeção de superávit global de 105 mil toneladas (da sua primeira estimativa de safra, divulgada em fevereiro) para 10 mil toneladas.
Balanço de oferta e demanda global de cacau da ICCO (mil t)
Fonte: ICCO.
A mudança no saldo global ocorreu tanto por conta de uma revisão negativa na projeção de produção para 4,587 milhões de toneladas (-51), quanto por uma revisão positiva no número de demanda para processamento para 4,531 milhões de toneladas (+44). Como de costume, a entidade presume perdas de 1% na produção para cálculo do saldo.
O superávit de 10 mil toneladas fará com que os estoques finais da safra variem de 1,727 milhão de toneladas em 2016/17 para 1,737 milhão no final de setembro deste ano. Devido ao forte aumento de 3,0% na demanda de um ano ao outro, a relação estoque/uso (indicador com a maior correlação com os preços do cacau no longo prazo) cairá para 38,3%, versus 39,3% no fim da temporada passada.
Estimativa de produção de cacau por país (mil t)
Fonte: ICCO.
Em relação à produção por país, a ICCO manteve intacta sua projeção para o principal produtor, a Costa do Marfim, em 2,0 milhões de toneladas, recuo de 1,0% em relação ao resultado da safra anterior.
Já o segundo, terceiro e quarto maiores produtores, Gana, Indonésia e Equador, todos tiveram reduções em seus números para, respectivamente, 880, 260 e 260 mil toneladas (-20, -20 e -10). Gana e Indonésia apresentam quedas de produtividade por conta da alta idade média das árvores e pragas. Além disso, todos os três países registraram troca de área de cacau para outras culturas mais rentáveis.
A ICCO está levemente mais otimista para a safra brasileira, revendo sua estimativa de produção de 165 mil toneladas para 170 mil toneladas.