Após romper o nível psicológico dos R$4,00 na abertura, o par dólar/real recuou e encerrou a sessão da terça-feira (13) em baixa de 0,4%, cotado a R$ 3,967. O alívio nas cotações veio da notícia de que o governo americano decidiu postergar a aplicação de alíquota de 10% sobre US$300 bilhões em importações chinesas, prevista para entrar em vigor no dia 1º de setembro.
De acordo com anúncio da Casa Branca, a tarifa passará a ser cobrada sobre o conjunto de produtos, que engloba computadores pessoais, celulares e videogames, a partir de 15 de dezembro, dando tempo para que os varejistas preparem seus estoques para as compras de Natal e para que China e Estados Unidos tentem novamente retomar as negociações por um acordo comercial. Também foi anunciado nessa terça-feira, que o primeiro-ministro adjunto, Liu He, recebeu telefonema de oficiais do governo americano e que ambas as partes devem voltar a conversar na próxima semana.
Mesmo com o sinal favorável dado ontem sobre a possível reabertura do diálogo no front da guerra comercial, as preocupações com o desempenho da economia global continuaram a exercer pressão sobre a moeda brasileira nas primeiras horas de negociação desta quarta-feira. Por volta das 11h, o dólar à vista era cotado em alta de 1,0%, acima dos R$ 4,00. Os temores com uma recessão técnica na Alemanha, que registrou queda de 0,1% no PIB durante o segundo trimestre e mantém indícios de desaceleração no trimestre atual, e a divulgação de mais um desaquecimento da indústria chinesa, que teve o crescimento de sua produção encolhido para a mínima em mais de 17 anos, justificavam a busca pela segurança do dólar. As preocupações com a perda de dinamismo global acentuaram a demanda por títulos do Tesouro americano, elevando o rendimento dos papeis de curto prazo acima dos títulos de maturidade mais longa, um sinal claro de que os investidores apostam na iminência de uma desaceleração da economia americana.