O par dólar real iniciou a última semana em forte baixa, recuando 0,7% e retornando ao patamar dos R$ 3,84.
A queda ocorreu após encontro no fim de semana entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). O alinhamento marcou a retomada do foco do Executivo para a reforma da Previdência, que começaria a tramitar na CCJ da Câmara na quarta-feira (13).
Na conversa, Bolsonaro teria se comprometido a liderar pessoalmente a articulação entre Executivo e Legislativo em favor da reforma. Maia comentou com jornalistas que saiu do encontro otimista e se disse convencido de que Bolsonaro trabalhará pela aprovação da medida.
A moeda americana manteve seu movimento de baixa na terça-feira (12), repercutindo o anúncio da liberação de R$ 1,0 bilhão em emendas parlamentares pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. A ação beneficia a articulação do Executivo com o Congresso e melhora as perspectivas para a aprovação da reforma da Previdência. No fechamento, o dólar era cotado a R$ 3,817, acumulando baixa de cerca de 0,7% pela segunda sessão consecutiva.
O mercado brasileiro foi marcado na quarta-feira (14) pela Pesquisa Industrial Mensal do IBGE. A publicação apresentou dados mais fracos do que o esperado para o setor, que recuou 0,8% em janeiro frente a dezembro de 2018 e acumula queda de 2,6% em relação a janeiro do ano passado. A estatística pessimista levou a um aumento no número de apostas por uma nova rodada de redução da Selic, o que acabou contribuindo para a correção da taxa de câmbio após a abertura em alta motivada pelo cenário externo marcado por maior cautela com o futuro do Brexit.
O mercado não deu muita atenção para os dados do setor de serviços divulgado pelo IBGE na sexta-feira, que também mostraram queda ligeira de 0,3% da atividade em janeiro ante dezembro. O setor, no entanto, apresenta resultado favorável na comparação com janeiro de 2018, registrando alta de 2,1%.
O destaque no fechamento da semana no Brasil foi o leilão de concessões de aeroportos, primeira ação do tipo realizada durante o governo Bolsonaro. A oferta de ativos levantou ao governo um total de R$ 2,377 bilhões e teve demanda intensa de capital estrangeiro, o que deve se traduzir na entrada de divisas no país nos próximos meses.