Pesquisa Datafolha amplia chances de disputa entre Bolsonaro e Haddad no 2º turno
A moeda americana voltou a registrar alta considerável na última semana, renovando suas máximas históricas em meio à divulgação dos resultados das pesquisas mais recentes de intenção de voto para presidente e de notícias negativas à campanha do candidato pró-mercado, Geraldo Alckmin.
Na quinta-feira (13), o mercado de câmbio foi marcado pela cautela em relação à cena eleitoral doméstica, com os agentes antecipando-se à pesquisa Datafolha seria divulgada no dia seguinte. Registrando alta de 1,2% no final do dia, a taxa de câmbio da moeda brasileira encerrou cotada a R$ 4,196, seu maior valor desde a criação do Plano Real. Além da expectativa pela pesquisa, os investidores também reagiram à divulgação pelo jornal O Estado de São Paulo de conversas obtidas pela Polícia Federal (PF) em que funcionários de uma transportadora de valores usada pela Odebrecht para o pagamento de propina comentam sobre entregas de dinheiro em espécie que totalizam R$ 1,5 milhão a um ex-assessor de Alckmin como repasses de caixa dois para sua reeleição em 2014. A notícia se adicionou a uma série de fatos nas últimas semanas que podem comprometer suas chances na disputa pelo Palácio do Planalto.
A apesar da percepção de ampla incerteza no mercado e da tendência de alta no exterior, que levou a moeda americana a atingir os R$ 4,212 na máxima do intradia, o dólar comercial finalizou a sexta-feira (14) em baixa de 0,7%, cotado a R$ 4,167, com os agentes no mercado de câmbio aproveitando para realizar lucros após a forte alta da véspera. Mesmo com a baixa, a divisa encerrou em alta considerável de 1,5% em relação à quinta-feira anterior (6), véspera do feriado do Dia da Independência, concluindo sua segunda semana consecutiva de ganhos.
No exterior, o dólar ganhava força após a notícia de que Trump pediu a assessores o seguimento na proposta de imposição de tarifas sobre US$ 200 bilhões em importações de produtos chineses. No encerramento, o dollar index era cotado a 94,93 pontos, com alta diária de 0,4% e recuo semanal de 0,4%.
Após o encerramento das negociações, o instituto Datafolha divulgou sua última sondagem eleitoral, com entrevistas realizadas até a última sexta-feira. O objetivo da pesquisa era captar o comportamento dos eleitores após a confirmação da candidatura de Fernando Haddad (PT) como o substituto do ex-presidente Lula (PT) e as últimas atualizações do estado de saúde do candidato Jair Bolsonaro (PSL), que sofreu atentado no dia 6.
Os principais destaques da pesquisa ficaram com o crescimento das intenções de voto em Bolsonaro, agora com 26%, e de Haddad, com 13%. O candidato do PT registrou forte avanço de 6 p.p. e empatou com Ciro Gomes (PDT) na segunda posição, indicando ter atualmente maior chance de avançar ao segundo turno.
As simulações para o segundo turno se mantiveram parecidas com o levantado na pesquisa Datafolha de 10 de setembro, com exceção do cenário Bolsonaro x Haddad, que passou a indicar vitória do primeiro.