No ano de 2006, o Greenpeace publicou um relatório que apontava para a expansão da cultura de soja na região da Amazônia como promotora de desmatamento.
O documento mostrava que, de 2003 até então, 70 mil km² de vegetação nativa haviam sido destruídos, principalmente por conta de obras de infraestrutura para viabilizar o escoamento da produção de soja na região a mercados globais.
Entre 2004 e 2005, cerca de 1,2 milhão de hectares de soja (5% do total nacional) foram plantados na floresta amazônica brasileira.
Após as acusações, sociedade civil e mercado internacional, representado pelo European Soy Customer Group (Grupo Europeu de Consumidores de Soja), pressionaram tradings para que implementassem medidas de sustentabilidade.
Com isso, em 24 de julho de 2006, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) e a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) se comprometeram a não comercializar soja proveniente de áreas que tivessem sido desmatadas dentro da Amazônia Legal.
O pacto ficou conhecido como Moratória da Soja.
Essa iniciativa tem como meta a conciliação entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico da região por meio de práticas responsáveis e sustentáveis.
Inicialmente proposta para durar dois anos, a Moratória tem sido renovada anualmente e completou 12 anos de existência na safra 2017/18.
A governança e a operação da Moratória são de responsabilidade do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), formado por empresas associadas à ABIOVE e à ANEC, por organizações da sociedade civil, pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Banco do Brasil.
Em janeiro de 2018, um relatório apresentado pelo GTS mostrou que, desde que a Moratória foi estabelecida, apenas 1,2% do desmatamento na Amazônia foi decorrente do plantio da soja.
Algumas características do bioma Amazônia têm sido favoráveis ao êxito da Moratória.
O estoque de terras abertas na região antes da iniciativa é considerável e tem viabilizado a expansão contínua da soja sobre essas áreas, mostrando que é possível conciliar preservação ambiental e desenvolvimento agrícola.
Grande parte da expansão vem ocorrendo sobre pastagens, atividade que também conta com restrições ambientais e que tem buscado alternativas de intensificação para se desenvolver.
A Moratória da Soja na Amazônia continua sendo uma iniciativa internacionalmente reconhecida como relevante no combate ao desflorestamento associado à produção de soja na Amazônia e mostra como o Brasil pode ajustar práticas agrícolas e implementar uma governança que assegure critérios para a proteção do meio-ambiente.
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