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Preços do cacau devem reverter tendência de baixa nos próximos meses

Safra principal na África e demanda global em expansão indicam direção altista nos preços da commodity

Condições climáticas desfavoráveis ao desenvolvimento da safra 2018/19 de cacau, somadas a um possível aumento na demanda pelo produto, devem impulsionar os preços da commodity no quarto trimestre. “Nos próximos meses, os preços serão determinados pelos resultados da safra, que podem não corroborar com as previsões otimistas que parte do mercado apresenta atualmente”, avalia o analista de mercado da StoneX, Fábio Rezende. O declínio recente do cacau é justificado pelas expectativas de uma produção avolumada na safra que se inicia.

As condições favoráveis de umidade e temperatura na África Ocidental – região responsável por cerca de 76% da produção global – elevam os índices de saúde da vegetação na região, que estão em níveis consideravelmente superiores ao testemunhado no último ano. Entretanto, tal cenário não está consolidado.

“O cenário de uma demanda em expansão – impulsionada por margens lucrativas e consumo elevado – somado a uma oferta que deve encontrar obstáculos para crescer na safra 2018/19, exercerão uma pressão altista nas cotações, interrompendo o movimento de desvalorização verificado recentemente”, explica o analista Rezende.

O fim do ano representa o incremento sazonal na demanda do hemisfério norte, e como o consumo de chocolate está diretamente relacionado com a renda, o crescimento econômico verificado em 2018 na Europa e na América do Norte deve impulsionar esse apetite.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), os EUA apresentarão esse ano um crescimento econômico de 2,9%, enquanto os países da zona do Euro denotarão expansão de 2%. Ainda, as previsões para 2019 estimam aumentos para essas economias de, respectivamente, 2,5% e 1,9% – o que indica uma demanda por cacau crescente nos próximos anos.

No que diz respeito ao clima, a precipitação em excesso nas últimas semanas na África Ocidental já acarreta o adiamento do início da colheita em algumas regiões, além de impor o risco da proliferação de mofo e pragas nas árvores – o que danifica a plantação e afeta a qualidade da amêndoa. Ainda na África, o envelhecimento das árvores e a redução da área cultivada (devido à troca de cultura, principalmente para em favor da palma) decorrentes de um investimento limitado pelo baixo preço do cacau nas últimas safras também indicam a possibilidade de uma produção inferior ao esperado.

Outro fator limitante para a oferta de cacau é a ocorrência de El Niño durante o quarto trimestre de 2018: segundo o IRI/CPC, há 73% de chance de o fenômeno climático ocorrer entre novembro e janeiro. “Historicamente, episódios de El Niño durante esse período estiveram relacionados a quedas na produção de cacau. De acordo com nossos modelos, um aquecimento do oceano em 0,7°C acima da média, como é previsto, se associa a um desvio de -60 mil toneladas na produção mundial de cacau em relação à sua tendência”, afirma Fábio Rezende, da StoneX.

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