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Ana Luiza Lodi

Formada em Ciências Econômicas pela UNICAMP com Mestrado em Teoria Econômica pela mesma universidade. Trabalha desde 2012 na Inteligência de Mercado da StoneX do Brasil, com foco na área de grãos.
Este texto teve a colaboração de Luigi Bezzon.

Retrospectiva do mercado de soja em 2020

Após quase dois anos de guerra comercial, fatores pelo lado da alta passaram a predominar

O ano de 2020 se iniciou com otimismo para a safra 2019/20 de soja no Brasil, apesar de perdas no Rio Grande do Sul, aliado a boas expectativas para o ciclo 2020/21 nos EUA. A assinatura da fase 1 do acordo entre China e EUA também foi bem recebida, num momento em que o país asiático já recuperava ativamente o seu rebanho suíno, fortemente afetado pela gripe africana em 2018 e 2019. Mesmo assim, as dúvidas quanto à capacidade de a China cumprir o acordado acabaram impedindo uma tendência de alta em Chicago (período 1)

No entanto, logo no primeiro mês do ano, a China começa a enfrentar o surto de COVID-19 (período 1), trazendo incertezas ao mercado quanto às expectativas de aquecimento da demanda, o que se refletiu na queda das cotações da soja na CBOT conforme a doença se disseminava para outros países no primeiro trimestre do ano. Entre o início do ano e meados de março, quando o pânico do coronavírus tomou conta dos mercados internacionais, a cotação da soja chegou a cair 12%, para a faixa de US$8,2/bushel, com as crescentes preocupações quanto ao consumo global e a possibilidade de interrupção de cadeias logísticas (período 2).

As incertezas trazidas pelo avanço do coronavírus, com a adoção de medidas de isolamento social, pressionaram as cotações da soja ao longo do primeiro semestre do ano, mesmo que as vendas no período não tenham demonstrado significativo recuo. Pelo contrário, a China adiantou seus volumes de importação de soja no primeiro semestre, num momento de recomposição de estoques e visando evitar possíveis fechamentos de portos ou outros impactos logísticos causados pela pandemia, o que ajudou a impulsionar as exportações brasileiras no primeiro semestre do ano (período 3). No segundo trimestre do ano, a China importou 27,3 milhões de toneladas de soja, volume 16% superior à média dos últimos dois anos, enquanto o Brasil exportou (para todos os destinos) 41,7 milhões de toneladas, 49% acima de 2019.

O crescimento do interesse chinês nas importações de soja e aumento das compras da oleaginosa norte-americana, o relaxamento das medidas de isolamento social e as preocupações com o clima durante o desenvolvimento da safra 2020/21 dos EUA puxaram o ritmo de valorização das cotações em Chicago, igualando em setembro os valores do começo do ano e recuperando as perdas registradas no primeiro semestre (períodos 3 e 4).

A partir do terceiro trimestre, o ritmo de valorização das cotações em Chicago se acentuou, com perdas de produtividade na safra norte-americana, devido principalmente ao clima mais seco em agosto, e com a China mantendo as compras de soja dos EUA em alta (período 4). Ademais, a confirmação de ocorrência do La Niña no final do ano reforçou as preocupações com o resultado da safra da América do Sul, num momento em que as perspectivas passaram a apontar, cada vez mais, para um balanço apertado nos EUA. A combinação desses fatores manteve a alta dos preços da soja ao longo do segundo semestre de 2020, encostando no patamar de US$13/bushel no final do ano, o que configuraria a máxima nominal desde julho de 2016 (período 5).

Preço contínuo da soja em Chicago e principais eventos (US$/bushel)

Fontes: CME e StoneX.

Durante o último trimestre do ano, o clima predominantemente mais seco na América do Sul, não somente em áreas afetadas pelo fenômeno La Niña, concentrou a atenção do mercado. O Brasil, que normalmente inicia o processo de plantio da soja em setembro, foi obrigado a atrasar sua semeadura em razão da falta de umidade nas principais regiões produtoras, com os trabalhos no campo ganhando força a partir da segunda metade de outubro. A janela mais curta resultou em uma concentração do plantio, o que deixa as lavouras mais sujeitas aos riscos climáticos, destacando que as chuvas continuaram mais irregulares em várias regiões do país.

Destaca-se, ainda, que o atraso na colheita, que deverá iniciar com mais força em fevereiro, tem gerado pouca soja no mercado em janeiro mantendo o foco dos embarques para a China ainda no mercado americano no começo de 2021.

De qualquer forma, a safra brasileira 2020/21 está com a comercialização adiantada, o que sinaliza exportações aquecidas assim que a soja chegar aos portos. Ademais, a oferta da oleaginosa tende a aliviar a situação de aperto no mercado doméstico, que tem mantido os preços do grão, do farelo e do óleo extremamente fortalecidos.

Preço da soja em Paranaguá (RS$/saca 60kg)

Fonte: StoneX.

 

Ana Luiza Lodi

Formada em Ciências Econômicas pela UNICAMP com Mestrado em Teoria Econômica pela mesma universidade. Trabalha desde 2012 na Inteligência de Mercado da StoneX do Brasil, com foco na área de grãos.
Este texto teve a colaboração de Luigi Bezzon

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