No quarto dia [do roteiro Paranaense], a expedição safra rumou para o Sudoeste do Paraná, onde se localizam os polos produtores de Francisco Beltrão e Pato Branco. A região apresenta histórico de boa produtividade, ao redor de 3,3 toneladas por hectare na última safra, e responde por 8,7% e 1,4% da área plantada de soja de Paraná e Brasil, respectivamente. O relevo é mais acidentado e apresenta maiores altitudes que a região Oeste visitada no dia anterior e o tamanho médio das propriedades é consideravelmente menor.
A região segue o padrão verificado nos dias anteriores, início de safra muito bom que possibilitou a antecipação do plantio com foco na ‘safrinha’. A totalidade da área de milho já foi plantada e a de soja está em cerca de 80%. Aproximadamente 40% do plantio foi feito até o final de setembro e mais 20% até o meio de outubro – isso significa que 60% da soja da região será colhida até o final de janeiro. O restante da lavoura será distribuído em um intervalo de tempo bem maior, plantada de meados de outubro até a segunda metade de novembro. Nesse caso, a semeadura seguirá a colheita do trigo que está na fase inicial, em cerca de 20% até o momento.
Além da antecipação do plantio, a região também segue o estado no nível de comercialização – cerca de 20% vendido até o momento. Os produtores fizeram venda antecipada apenas para assegurar pacotes de insumos, com as boas remunerações na venda do feijão na última safra eles estão bem capitalizados e aguardam preços mais altos para voltar ao mercado.
A região tem uma das maiores participações de milho primeira safra no Paraná (perto de 13% da área na última safra) – pois apresenta demanda pelo cereal e pouca disponibilidade para produção na ‘safrinha’. Com os bons preços, os produtores da região estimam em uma expansão de 30% da área de milho primeira safra, o que levaria a uma área total ao redor de 90 mil hectares. A estimativa é que a produtividade fique ao redor de 12 toneladas por hectare – a região tem histórico de bons rendimentos.
As temperaturas mais baixas restringem consideravelmente a possibilidade de milho ‘safrinha’. Na última safra menos de 8% da área cultivada no verão foi utilizada para o cereal no inverno. Com a boa antecipação do plantio e o nível de preços do milho é possível que ocorra uma forte expansão, podendo até dobrar a área utilizada no último ciclo – chegando em mais de 80 mil hectares. Os produtores tem o potencial para a expansão pela antecipação, mas a decisão será condicionada pelos preços do milho nos próximos meses.
Cerca de 60% da produção da região depende de bons níveis de chuvas no mês de dezembro para garantir o enchimento de grãos e mais moderado em janeiro proporcionando uma rápida colheita para plantio de milho e feijão na ‘safrinha’.
Área de aveia aguarda plantio de soja no Sudoeste do Paraná. Fotografia: Thadeu Silva / StoneX
Área de trigo aguarda colheita no Sudoeste do Paraná. Fotografia: Thadeu Silva / StoneX
Milho com cerca de 50 dias de plantio. Fotografia: Thadeu Silva / StoneX
Milho no Sudoeste do Paraná. Fotografia: Thadeu Silva / StoneX
Plantio direto de soja em área de aveia de cobertura. Fotografia: Thadeu Silva / StoneX
Soja no Sudoeste do Paraná. Fotografia: Thadeu Silva / StoneX