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João Lopes

Graduado em Ciências Econômicas pela UNICAMP. Integra o time da Inteligência de Mercado da StoneX do Brasil desde 2019 nos mercados de Grãos e Pecuária.
Este texto teve a colaboração de Ana Luiza Lodi..

Mesmo com isenção da TEC, importação de grãos de fora do Mercosul segue pouco atrativa

Apesar da expectativa de recuo nas cotações dos grãos nos EUA no final do ano, em função da colheita no país, importação do produto norte-americano continuaria pouco vantajosa

O cenário de fortalecimento dos preços dos grãos não é recente. Desde meados de 2020, as cotações do milho e da soja vêm apresentando consideráveis avanços no mercado doméstico. Esse quadro de expressivo encarecimento do cereal e da oleaginosa tem preocupado cada vez mais os pecuaristas, visto que cerca de 85% dos custos com alimentação dos animais dependem diretamente dos dois grãos. No final de abril de 2021, segundo dados da StoneX, a soja e o milho eram cotados ao redor de, respectivamente, R$ 170,00/sc e R$ 105,00/sc no Oeste do Paraná, uma das principais regiões produtoras de aves e suínos no país, acumulando avanços de 76,2% e 144,2% no comparativo anual.

Em meio ao complicado cenário enfrentado pelo setor de carnes, a Associação Brasileira de Proteína Animal fez no início de abril uma solicitação junto ao Ministério da Agricultura para a suspensão da Tarifa Externa Comum (TEC), incidente sobre a importação de milho (8%), de soja (8%) e dos derivados da oleaginosa (10% sobre o óleo e 6% sobre o farelo) com origem em países de fora do Mercosul. Com o intuito de limitar as expressivas altas nos preços dos grãos, o governo brasileiro acatou o pedido dos pecuaristas e suspendeu a TEC até o final do ano (31 de dezembro de 2021).

Preço do milho e da soja importados em Paranaguá (R$/sc)

Fonte: CBOT e StoneX. Elaboração: StoneX. *Custos com frete, impostos e serviços portuários. Dados referentes a 30/04/2021.

Contudo, a expectativa é de que, ao menos no curto prazo, a suspensão da TEC pouco impacte nos preços dos grãos, já que a maior parte da soja e do milho importada vem dos países do Mercosul e já era isenta da taxa de importação. Com exceção dos países do Bloco, a opção mais viável seria trazer grãos dos EUA. Com a isenção do imposto de importação, a soja e o milho norte-americanos para entrega em julho chegariam no porto de Paranaguá custando, respectivamente, ao redor de R$ 16,70/sc e R$ 9,10/sc mais baratos do que com a TEC. Ainda assim, o custo de importação ficaria por volta de R$ 228,00/sc para a oleaginosa e de R$ 124,00/sc para o cereal, valores pouco atrativos.

Estima-se que a soja e o milho da Argentina chegariam no porto de Paranaguá custando ao redor de R$ 210,10/sc e R$ 110,20/sc, respectivamente. Considerando que a importação teria como destino o interior do Paraná, visto que os produtos seriam utilizados como insumo pelos pecuaristas, seria preciso adicionar o custo com frete, o que ainda poderia manter o milho argentino viável em caso de dificuldade de aquisição do cereal nacional, mas tornaria a importação da soja ainda menos atrativa, visto o preço da oleaginosa no porto já seria consideravelmente mais alto que no interior do estado.

Considerando os contratos de milho e soja em Chicago para o final do ano mais baratos em função da colheita nos EUA, e o dólar no patamar de R$ 5,40, conforme estimativa trazida no último relatório Focus, os custos de importação da soja e do milho dos EUA ficariam ao redor de R$ 207,70/sc e R$ 113,93/sc, ainda acima dos patamares atuais e, portanto, com pouco poder para pressionar expressivamente as cotações no Brasil.

Preço do milho e da soja importados em Paranaguá (R$/sc)

Fonte: CBOT e StoneX. Elaboração: StoneX. *Custos com frete, impostos e serviços portuários. Dados referentes a 30/04/2021.

Cabe lembrar que em outubro do ano passado, a TEC já tinha sido temporariamente suspensa, até dia 15 de janeiro de 2021 para o complexo de soja e 31 de março para o milho. Contudo, analisando-se os dados do período, observa-se que os vizinhos do Mercosul, Paraguai e Argentina, continuaram dominado como principais fornecedores de soja e milho importados. No caso da oleaginosa, um pequeno volume veio da Bolívia em dezembro de 2020 e 30,5 mil toneladas vieram dos EUA em janeiro. Já para o milho, o Paraguai se manteve como a principal origem no último bimestre, com pequenos volumes dos EUA e da Bolívia. Nos primeiros meses deste ano, podem ser listadas origens de milho como EUA, África do Sul e México, mas com volumes também muito reduzidos.

 

 

João Lopes

Graduado em Ciências Econômicas pela UNICAMP. Integra o time da Inteligência de Mercado da StoneX do Brasil desde 2019 nos mercados de Grãos e Pecuária.
Este texto teve a colaboração de Ana Luiza Lodi.

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