Dados oficiais da Secex indicam que as exportações de soja do começo de 2017 até 08/12 alcançaram 66,45 milhões de toneladas (mi t). Com isso, a estimativa da Conab para embarques de 2016/17, elevada para 66,5 mi t no último dia 12, já está desatualizada.
Considerando os dados de line-ups de navios, até 13/12, os embarques já estariam em 67,3 mi t. Somando o volume que se encontra na fila de exportação, o total sobe para 68,6 mi t. Esse número está cerca de 3,16% acima da estimativa atual da Conab.
As exportações de milho desde fevereiro até o dia 08/12 alcançaram 25,2 mi t. Dados de line-up apontam para embarque de 27,1 mi t do início de fevereiro até o dia 13, com mais 2,45 mi t programadas. Assim, os volumes levam a um total exportado de 29,5 mi t, nível um pouco abaixo do estimado pela Conab. A Companhia espera que até o final de janeiro de 2018 o Brasil exporte 30 mi t de milho.
Divergências
Essas diferenças ocorrem devido à maneira como os dados são processados. As informações oficiais levam um tempo maior para entrar no sistema e contar como exportação em um período específico. Dessa forma, uma carga que já deixou o país acaba sendo computada num período posterior. Tal carregamento, portanto, pode ser registrado num mês diferente ou até mesmo em outro ano safra. Independentemente de quando o milho e a soja deixaram ou vão deixar o país, esse volume maior de exportações impacta o balanço de O&D. Se os embarques alcançarem 68,6 mi t, os estoques finais do ciclo 2016/17 ficarão em torno de 1,5 mi t. Isso considerando que a Conab cortou significativamente o consumo doméstico em seu último levantamento, dando folga maior para os estoques.
No caso do milho, mesmo que mais de 30 mi t sejam exportadas até o fim de janeiro/2018, uma situação confortável ainda é esperada. Isso porque as estimativas apontam para estoques recordes nesta safra 2016/17. Em conclusão, esse cenário de ampla oferta deve se manter até que se confirmem as perspectivas para a próxima safrinha, cujo plantio se dá no início de 2017.