Em Cambé, produtores esperam que o problema com a soja chegue até o porto: a colheita atrasada acarreta em grão ardido e impurezas
Para os irmãos Onivaldo e Osvaldo Dante, produtores de Cambé (município da Região Metropolitana de Londrina), a safra 2015/16 corre contra o tempo. Da área total destinada à oleaginosa, de 590 hectares, apenas 242 hectares do grão foi retirado do solo. Desta parcela colhida, a média de produtividade tem girado em torno de 70 sc/ ha. Do que vem pela frente, ainda é um mistério. “O prejuízo para frente não se prevê. Grão ardido, problemas com impurezas, embarque. O problema agora vai chegar até o porto”, afirma Osvaldo, destacando a perda de qualidade que o produto pode sofrer.
Os problemas não param por aí. A soja que aguarda a colheita, no campo, está começando a germinar. E as previsões não animam: as chuvas, que atingem a região desde sábado (20), devem permanecer por mais dez dias.
Os produtores destacam que os problemas com o clima úmido começaram desde o plantio. “Quem conseguiu plantar cedo tem uma perspectiva bem melhor de produtividade”, afirmam. A intenção dos irmãos para a safra recorrente é destinar toda a área de oleaginosa ao cultivo do milho ‘safrinha’ mas, com os imprevistos climáticos, foram semeados apenas 145 hectares.
Apesar destes contratempos, a ocorrência de pragas não foi um problema. Houve, apenas, duas aplicações para percevejo.
Onivaldo e Osvaldo Dante ainda afirmam que 50% da soja foi fixada para cobrir os custos de produção, que aumentaram bastante, puxados principalmente pelo adubo. Para a soja, as despesas passam de R$ 4.000 por alqueire.