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Inteligência de Mercado

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Este texto teve a colaboração de Gabriela Fontanari.

Mercado de potássio se mantém atento aos desenvolvimentos políticos na Bielorrússia

Belaruskali afirma normalidade da produção, mas efeito da paralisação não causaria desabastecimento do mercado brasileiro no CP

A Bielorrússia é um país europeu, cuja independência foi declarada em 1991, quando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) foi desmembrada. No governo desde 1994, Alexandre Lukashenko é quem ocupa a mais tempo a posição de chefe de estado dentre as nações que compunham a URSS.

O país vivencia um período de forte instabilidade política. Após o resultado da eleição presidencial, realizada no último dia 09, indicarem vitória de Lukashenko com 80,1% dos votos, sob acusações de fraudes eleitorais, diversos protestos eclodiram na Bielorrússia. Dentre as manifestações, milhares de trabalhadores de empresas estatais declararam greves.

Circulou na imprensa internacional a notícia de que as operações da produtora de fertilizantes, Belaruskali, teria sido comprometida a partir desta segunda-feira (17) em função da onda de greves, causando preocupações quanto à possíveis distúrbios na oferta mundial de potássio. A estatal russa é responsável pela produção de aproximadamente 20% do volume global do insumo, ao passo que interrupções prolongadas de suas operações têm grande potencial para desequilibrar o balanço de O&D.

Capacidade global de produção de potássio (milhões de toneladas/ano)

Fontes: Green Markets e Bloomberg. Elaboração: StoneX.

Ante informações contraditórias, a estatal emitiu comunicado oficial à imprensa na quarta-feira (19), no qual a companhia alegou que todas suas 7 minas de extração de minério estão operantes, enquanto 3 das 4 plantas de concentração e processamento também estariam ativas – a unidade desativada, de acordo com o comunicado, está em período programado de manutenções, sem qualquer indicativo de relação com os protestos.

Apesar do cenário ainda bastante incerto, não restam dúvidas sobre o papel central que a Belaruskali desempenha no mercado internacional de potássicos, e os concorrentes da gigante russa permanecerão atentos aos desenvolvimentos domésticos na Bielorrússia. A despeito do comunicado oficial declarar ininterrupção da produção, a BPC (Companhia de Potássio Bielorrussa, na tradução), braço comercial da Belaruskali, confirmou uma possível alteração nos planos de venda para o mês de agosto, sem conceder maiores detalhes acerca dos volumes a serem disponibilizados.

Neste sentido, as tensões políticas no país do leste europeu podem beneficiar concorrentes do setor de potássicos. Em cenário de escalada das manifestações e paralisação das unidades produtivas da Belaruskali, os importadores devem buscar fontes alternativas de abastecimento. A Índia, por exemplo, atualmente negocia com a BPC a aquisição de volume adicional de KCl, em aditivo aos contratos de longo prazo estabelecidos com fornecedores, que irão expirar em dezembro.

Não obstante, a despeito da possibilidade de limitar a oferta global de cloreto no curto prazo, os efeitos das paralisações não representam um risco iminente de desabastecimento para o mercado brasileiro no curto prazo. Isto pois o mercado de KCl atualmente se encontra sobreofertado, e importantes consumidores, como o Brasil, se encontram com estoques confortáveis – relembrando, também, que a finalização do plantio na Índia e no Brasil no quarto trimestre marca o início do período “entressafra” da demanda mundial de potássicos – sendo retomada nos Estados Unidos no primeiro trimestre, em preparativos para a semeadura da safra de primavera.

Contudo, o evento gera um grande ruído de mercado e já se reflete em sutis elevações de preços no Brasil – mesmo com as informações ainda bastante escassas. Na esteira das incertezas, o indicativo médio de preços em Paranaguá verificou alta de 2,5% para USD 241,9/tonelada CFR, rompendo a sequência de semanas com os preços estagnados em USD 236/tonelada CFR.

Potássio – Brasil (USD/tonelada CFR)

Fonte e elaboração: StoneX.

 

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Este texto teve a colaboração de Gabriela Fontanari

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