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Inteligência de Mercado

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Projeções StoneX para o mercado de açúcar

Revisões do Saldo Global de Açúcar e estimativas para o Centro-Sul

Na última terça-feira (06), nós da StoneX apresentamos nossa 1ª revisão do saldo global de açúcar para a safra 2019/20 (out-set), em conjunto com a 4ª atualização do ciclo 2018/19. Ademais, divulgamos as estimativas para a safra 2019/20 (abr-mar) de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil junto ao resumo de nosso 1º Giro de Safra.

Ao longo das próximas seções, mostraremos resumidamente como o clima vem impactando a produtividade em importantes players mundiais do setor, bem como as perspectivas para a moagem e mix alcooleiro no cinturão canavieiro brasileiro.

Saldo Global de Açúcar – 2019/20

Iniciando-se com a análise da temporada 2019/20 (out-set) na Ásia, o atraso no início das monções na Índia impactou as principais regiões produtoras do país, sobretudo o estado de Maharashtra (segundo maior representante do setor açucareiro). Embora as chuvas tenham se intensificado a partir de julho e possam se manter perto da normalidade em agosto e setembro, é pouco provável que os canaviais apresentem recuperação integral da estiagem observada nos últimos meses.

Neste sentido, vale ressaltar que as chuvas também ficaram abaixo do usual nas monções do ano passado, no período pós monções (outubro/18-dezembro/18) e ao longo do último inverno. De forma geral, o contexto apresentado acima pode, ainda, impactar o volume de água nos reservatórios ao final do período de monções de 2019 – que pode não ser suficiente para a irrigação durante os meses mais secos do ano.

Dessa forma, reduzimos nossa estimativa de produção para Índia em cerca de 1,4% em relação à publicação de maio, para 28,2 milhões de toneladas (valor branco). Este valor representa, também, retração de 14,4% em relação ao recorde estimado para a temporada anterior.

Na Tailândia, a produção de açúcar pode ser impactada tanto pelo clima quanto pela redução na área semeada com cana. No fim do primeiro semestre desse ano, chuvas abaixo da média histórica atingiram importantes regiões produtoras do país.  Ainda que as precipitações possam se manter dentro da normalidade entre junho e setembro, as temperaturas nesses meses tendem a ser elevadas – limitando os impactos positivos da maior umidade sobre a produtividade.

Nesse contexto, nós, da StoneX, estimamos queda de aproximadamente 0,3 milhão de toneladas na produção total ante ao último relatório publicado, para 13,2 milhões de toneladas – volume que também representa retração de 10,8% em relação a 2018/19.

Assim como nos dois países apresentados, na China, a estiagem também deve ter impacto sobre a produtividade das lavouras de cana, sobretudo na província de Yunnan – responsável por 23% da área plantada com a matéria-prima no país.

Além disso, tanto áreas cultivadas com a gramínea quanto com a beterraba têm sofrido ataques da lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda). Diminuímos, assim, em 0,1 milhão de toneladas nossa estimativa de produção em relação a maio, para 5,4 milhões de toneladas (valor branco) – retração anual de 9,3%.

Nos países da União Europeia, o clima será o principal determinante na produção de açúcar a partir da beterraba, tendo em vista a forte onda de calor que vem atingindo as plantações. É válido lembrar que, entre junho e agosto, a taxa fotossintética das plantas atinge os maiores patamares, e, em ambientes quentes, o processo físico-químico do tubérculo perde eficiência.

Ademais, o volume de chuvas nos países da região tem se mostrado aquém da normalidade, com destaque para França, Alemanha e Polônia – três maiores produtores de açúcar no bloco. Dessa forma, projetamos que a UE produza 16,7 milhões de toneladas de adoçante até o final da temporada 2019/20, retração de 0,3 milhão de toneladas e de 2,3% em relação à estimativa de maio e no comparativo safra-a-safra, respectivamente.

Na Rússia, apesar das condições similares aos países da União Europeia, temperaturas mais brandas e chuvas mais abundantes desde o início de julho sustentaram o balanço hídrico do solo para níveis acima da média histórica. Assim, elevamos a estimativa de produção de açúcar em aproximadamente 0,4 milhão de toneladas em relação à última publicação, para 6,2 milhões de toneladas (valor branco). Este volume, por sua vez, também representa aumento de 7,3% ante à temporada anterior.

No Brasil, os preços do açúcar devem ser o principal determinante afetando a produção. É possível que os elevados estoques observados em importantes países produtores, como Índia e Tailândia, afetem a recuperação das cotações do adoçante no mercado internacional. Mas, de maneira geral, espera-se que o aperto entre oferta e demanda na temporada corrente proporcione viés majoritariamente altista para o produto.

Dessa forma, estimamos que, entre outubro/19-setembro/20, o país produza 28,1 milhões de toneladas, retração de 0,9 milhão de toneladas em relação à última projeção, mas aumento de 10,2% no comparativo anual.

A partir dos dados apresentados acima, projetamos que a fabricação total de açúcar na temporada 2019/20 totalize 180,3 milhões de toneladas – volume que representa retração de 1,9 milhão de toneladas em relação à nossa última estimativa e de 2,3% no comparativo com a temporada anterior.

Sob a ótica da demanda global por açúcar, as perspectivas de maiores preços do produto no mercado internacional, de incentivos à redução no consumo do produto e do aumento do uso de adoçantes de alta intensidade nos levaram a diminuir nossa projeção em cerca de 1,7 milhões de toneladas frente a maio, para 186,2 milhões de toneladas. Esse valor, por sua vez, representa crescimento de 0,6% no comparativo anual.

Consequentemente, o déficit no balanço global de açúcar foi elevado para 5,9 milhões de toneladas, maior patamar desde 2015/16. Com isso, os estoques foram estimados em 72,5 milhões de toneladas, de modo que a relação estoque/uso ficou em 38,9% – queda de 0,4 ponto percentual em relação à projeção de maio e de 3,4 p.p. no comparativo com 2018/19.

Saldo Global de Açúcar -2018/19

Como destacado pela StoneX na última publicação, o balanço global de açúcar da safra 2018/19 continua sendo impactado pelo mix produtivo no Centro-Sul do Brasil. Isso porque a demanda aquecida por etanol nos postos brasileiros tem feito com que as usinas direcionem a maior parte da matéria-prima à destilação de álcool. Esse cenário é reforçado pela maior remuneração que o biocombustível tem apresentado ante ao adoçante.

Dessa forma, estimamos que entre outubro/18-setembro/19 o país produza 25,5 milhões de toneladas de açúcar, 12,3% abaixo do ciclo anterior e 1,1 milhão de toneladas a menos do que nossa última projeção.

Projetamos que a fabricação total de açúcar no ciclo internacional fique em 184,5 milhões de toneladas, recuando 1,3 milhão ante à última estimativa e 3,4% no comparativo anual. A demanda, por sua vez, foi reduzida para 185,1 milhões de toneladas (-1,0 milhão de toneladas e +0,8%).

Dessa forma, o déficit global se elevou em 0,3 milhão de toneladas frente à projeção anterior, para 0,6 milhão de toneladas. Por fim, os estoques devem atingir 78,4 milhões de toneladas, fazendo com que a relação estoque/uso fique em 42,3% – retração de 0,6 ponto percentual no comparativo com a temporada anterior.

Estimativas para a safra de cana-de-açúcar em 2019/20 no Centro-Sul

Apesar da incidência de geadas e do veranico ocorrido entre dezembro/18 e janeiro/19, as lavouras do Centro-Sul brasileiro devem apresentar maior rendimento agrícola na temporada 2019/20 (abr-mar). Isso porque o maior volume de chuvas observado desde meados de 2018 se mostrou benéfico aos canaviais.

Nós, da StoneX, estimamos que a safra 2019/20 (abr-mar) apresente moagem total de 583,3 milhões de toneladas, crescimento anual de 1,8% e de 9,1 milhões de toneladas ante à estimativa anterior.

No que tange à qualidade da matéria-prima, a maior umidade observada nos últimos meses deve fazer com que o ATR médio se posicione abaixo do ano passado – quando atingiu níveis recordes devido à forte estiagem. Dessa forma, este indicador deve finalizar a temporada em 135,4 kg/t, queda de 1,8% e de 1,1% no comparativo safra-a-safra e em relação à última projeção, respectivamente.

No que diz respeito ao ATR total, o crescimento do TCH compensou quase que integralmente a menor concentração de açúcares da cana. Assim, espera-se redução de 0,1% na quantidade total de açúcares processados no ciclo corrente em relação a 2018/19, para 79,0 milhões de toneladas.

Um dos principais destaques da temporada atual tem sido o mix cada vez mais alcooleiro no Centro-Sul. Com os preços do biocombustível mais atrativos do que os do açúcar, as usinas têm direcionado à maior parte da matéria-prima à destilação de álcool. Nesse contexto, o adoçante produzido tem sido utilizado, sobretudo, para cumprir contratos de exportação anteriormente estabelecidos pelas unidades produtoras e para a estocagem do produto para comercialização na entressafra.

Projetamos, assim, que a produção total de açúcar em 2019/20 atinja 26,1 milhões de toneladas, volume que representa retração de 6,1% e 1,5% em relação à publicação de maio e no comparativo anual, respectivamente.

Centro-Sul e o etanol de milho

Em meio à produção recorde de milho estimada para 2018/19, de pouco menos de 100,5 milhões de toneladas (+24,5%), a destilação de etanol a partir do cereal deve ser favorecida. Assim, com a maior disponibilidade de milho, elevamos nossa projeção de produção do biocombustível no Centro-Sul para pouco mais de 1,1 milhão de m³, alta de 8,8% ante à expectativa de maio e de 42,9% no comparativo anual.

É válido ressaltar que o crescimento da oferta do álcool está ligado à produção de anidro, cuja demanda tem se mostrado bastante aquecida nas regiões Norte e Nordeste. Assim, estimamos que 379 mil m³ dessa variedade sejam produzidos (+23,8% e +61,8%), enquanto a produção de hidratado a partir do cereal deve ficar em 752 mil m³ (+2,5% e +35,0%).

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