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Mudança na distribuição global da produção de açúcar reduz entregas na bolsa

Aumento da participação da Ásia pode levar a volumes de entrega ainda mais baixos em 2019

No total dos quatro contratos de açúcar que expiraram em 2018, as entregas na bolsa de Nova Iorque (ICE/NY) foram de 2,4 milhões de toneladas, menor patamar desde 2014. Os vendedores entregaram apenas 331 e 271 mil toneladas na expiração dos contratos de julho e outubro desta bolsa, respectivamente. Como base de comparação, os oito vencimentos anteriores haviam recebido entregas sempre superiores a 700 mil toneladas e, em média, mais de 1,1 milhão de toneladas.

+Leia também: Brasil e Europa conferem suporte aos preços de açúcar no mercado internacional

“A safra global 2017/18 (outubro-setembro) foi marcada por forte mudança nos fluxos internacionais do açúcar, o que ajuda a explicar o porquê de as entregas terem sido tão pequenas ao longo deste ano”, afirma o Analista de Mercado da StoneX, João Paulo Botelho.

O aumento na produção da Índia e da Tailândia resultou em excedente exportável (produção menos consumo doméstico) dos países da Ásia significativamente maior, passando de 9,3 milhões de toneladas em 2016/17 e chegando a 21,6 milhões de toneladas em 2017/18. Já a redução na produção brasileira levou o excedente dos países da América do Sul a cair em 29,0%, para 22,0 milhões de toneladas.

“O resultado prático destas mudanças sobre o mercado físico de açúcar é que destinos antes atendidos por exportadores do Brasil, agora estão comprando produto da Tailândia e, no futuro próximo, devem começar a importar volumes consideráveis da Índia. Entre os mercados nos quais isso ocorreu podemos destacar o Sudeste Asiático, Oriente Médio e Leste da África”, avalia Botelho.

Excedentes exportáveis de açúcar por continente (mil ton, valor bruto)

Fontes: StoneX e F.O. Licht’s. Elaboração: StoneX

Em 2018/19, a tendência é de que este movimento se intensifique, levando os produtores asiáticos a alcançarem um excedente exportável maior do que a América do Sul pela primeira vez em pelo menos na última década.

Com a maior parte dos países com demanda por importação de açúcar estando localizados no mesmo continente, não se estranha que os exportadores asiáticos contem com condições mais vantajosas para vender o açúcar no mercado físico. Como é mais barato transportar o açúcar do porto de origem para os mercados importadores, os exportadores da Tailândia e de outros países da região normalmente vendem seu produto com prêmio significativo em relação aos preços do produto na bolsa de Nova Iorque.

A principal diferença entre a negociação do açúcar no mercado físico e na bolsa de futuros é a padronização do segundo: enquanto no mercado físico os preços, volumes e datas de entrega são negociados entre compradores e vendedores, na bolsa todas estas variáveis já são definidas pelo contrato padronizado que é negociado.

Considerando estes fatores, os vendedores de países que negociam com prêmios mais baixos ou desconto em relação ao preço na bolsa têm um incentivo muito maior para entregar contra os futuros da bolsa em relação àqueles de países com prêmios mais elevados. “A maior participação de países da Ásia nas exportações de açúcar provavelmente é um dos fatores diminuindo o volume entregue contra a bolsa de Nova Iorque, uma vez que os vendedores destes países têm maior incentivo para vender no mercado físico na comparação com os brasileiros”, resume Botelho, da StoneX.

Em 2019, com a maior oferta de açúcar na Tailândia, é provável que o diferencial entre o prêmio no país e no Brasil caia ainda mais. Além disso, a maior competição com os vendedores da Índia (que deve exportar grandes volumes no ciclo que se inicia) deve levar os exportadores tailandeses a praticarem preços cada vez mais competitivos. Mesmo considerando estes fatores, a maior concentração de mercados importadores no continente deve impedir que o prêmio nos principais mercados exportadores da Ásia caia para o nível praticado no Brasil.

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